domingo, 22 de fevereiro de 2015

Brazaville - A Noite!

Já alguma vez viram camiões lotados até cima, com animais vivos, pendurados por cordas? Já alguma vez viram uma família de porcos na mala de um carro? E cabras a passear livremente no meio da cidade?

Pois, eu também não, até vir para cá. Não sei se ainda serão efeitos da ressaca de ontem...
Sim, vou começar este "post" por aí.

Ontem, depois de um dia bem cansativo, fui jantar à base de vida, tal como já mencionei.

Ah! O que é uma base de vida? Bem, basicamente é o sítio onde os trabalhadores da obra ficam. Um conjunto de contentores com quartos, salas de convívio, escritórios e refeitório onde as pessoas vivem e trabalham.

Fomos jantar, eu, o Tiago, o Daniel, o Duarte e o Nuno. Como últimos a chegar já não nos esperava muita comida. Sem problema! Dividimos um pastel de atum para os 5, raspamos o tacho de arroz e fizemos a festa. O Pedro, engenheiro da Obra da VW, juntou-se a nós pouco depois. Começamos então um campeonato de Ping-pong e surgiram as ideias de: "Vamos sair?", "Vamos para a nossa casa, compramos bebidas e jogamos umas cartas?", "Vamos ver filmes e fazer pipocas?".

Obviamente que a bebida e as cartas ganharam. Fomos para casa. Puxei das cartas e abri o "anel de fogo" (um drinking game: Ring's of fire). Desgraça completa...
Quando demos por nós estávamos sem o Daniel, que ficou adormecido no sofá, numa carrinha a caminho da discoteca mais "IN" de Brazaville.

Compramos uma garrafa de RED LABEL, ou melhor, eles compraram porque eu, no meio da euforia, apercebi-me que me tinham trocado o dinheiro errado no Aeroporto e que em vez de francos cfa tinha francos da África central. Anyway, a garrafa foi-nos trazida à mesa e em 10 min estava vazia. "Faz muito calor aqui!" :)

Dançamos a noite toda. Eram só chineses e brasileiros na discoteca. De vez em quando lá se via uma congolesa a passar, mas rapidamente desaparecia no dinheiro/mãos de algum branco.

Saímos da discoteca para tentar a sorte noutra. A confusão nas ruas era imensa. O pessoal tinha montado outra discoteca no meio da rua. Na confusão recolhemos três Congolesas que se apoderaram da parte de trás da pick-up.
"Elas aqui fazem tudo por dinheiro", diz-me o Tiago, "Estas estão a ver se têm sorte com algum de nós".

Fomos até à baixa e duas das Congolesas desistiram da nossa companhia. Entretanto, experimentamos outra discoteca, mas o cansaço e a "animação" já começavam a pesar.

Saímos e fomos para casa (sempre com a congolesa no nosso encalço). Cheguei a casa e fui-me deitar. O que aconteceu à congolesa não sei, O que é certo é que de manhã às13h, quando saí para ir almoçar, ela já lá não estava.

Fomos almoçar só três pessoas, Eu, o Nuno e o Pedro. No caminho paramos para comprar pão e foi aí que eu vi algumas das preciosidades que enumerei no inicio do "post".

Percebem agora a minha dúvida? Será que vi mesmo?

Vi!
(Não tenho fotos, infelizmente, porque os congoleses não gostam de fotos e quando as tiramos, mesmo que seja só à paisagem, normalmente são-nos cobradas por algum que esteja mais próximo e que se aperceba)

Depois do almoço ainda fui dar uma volta de carro. A cidade de Brazaville é um caos de trânsito e urbanismo. Nem parece a capital. A pobreza é muita, mas também há muito aproveitamento da "pena" dos turistas ou novatos.

Voltei para casa. Passei a tarde toda a falar com a família e os amigos via Skype. Amanhã vou para a Obra dizia eu! Nunca mais chega amanhã,
Chegou mais rápido do que o que pensei.


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