segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

A obra!

Depois de um almoço reconfortante fomos ver os trabalhos. Ao que parecia era dia de reunião com a Missão Controlo, a fiscalização do Governo.
Corri para o meu quarto, para calçar as botas de segurança, foi me dado um capacete e parti para a Obra. Esta era imensa e parecia-me muito bem organizada.

Os brasileiros, que tinham vindo comigo no avião, e o Árabe também lá estavam. Este último era um dos chefes da missão controlo. Quando me viu ficou admirado e começou a fazer perguntas, em Francês. "Je ne parle pas François!" Respondi eu. E não falava. O meu francês ridículo não dava sequer para me apresentar. Tentei falar em Inglês, mas o homem também não percebia. Desisti!
Acesso à obra

Acompanhamos a obra toda. A fiscalização fazia perguntas, o pessoal ia respondendo e justificando o porquê de se estar a fazer daquela forma. Tentei por várias vezes apanhar o que eles diziam, mas não dava. Cansei-me de os tentar perceber. Mal apanhei o Davide um bocado mais à parte fui-lhe fazendo algumas perguntas e pedi que me explicasse o que se estava a passar.

"Vai ser difícil! Esta gente só fala francês!" disse eu. "Não te preocupes, aprendes rápido" disse o Davide "E não stresses, não és só tu que não falas francês, os brasileiros também não falam".

E era verdade, sempre que a fiscalização fazia uma questão era o Franco que respondia ou fazia de interprete para os brasileiros. "Bem" pensei eu "não sou a única".

À medida que ia entrando na obra apercebi-me dos olhares dos trabalhadores e dos berros "MUNDELLE", "MAMADOU".
 "Que é esta merda?" perguntei eu. "Mundelle é branca, em Lingalá, a língua deles, mamadou não sei o que é"disse-me o Davide.
Por onde eu passava via cabeças a rodar na minha direcção.
O encarregado da Obra, o Carvalho, veio ter comigo, cumprimentou-me e chamou o responsável pelos trabalhadores, o Cris. "Esta é a nova Chefe" disse ele em francês. "Chef?!!" disse o Cris muito admirado "D'accord".

Obra

"Quantos homens temos em obra?" perguntei, "Trabalham bem?"
"Cerca de 70" disse o Davide "Malembe, Malembe, mas trabalham!"

"Malembe. Malembe?! Que é isso?"
"Devagar devagarinho" respondeu ele a rir.

"Não se preocupe engenheira que aqui, quem puxa por eles sou eu" diz o Carvalho "Nada que dois berros não resolvam".

A obra era imensa, um hospital, os alojamentos dos médicos, funcionários e seguranças, e todos os anexos que faziam o hospital funcionar. As frentes de trabalham estavam calmas. Pelo que percebi a obra estava com um abrandamento por causa da falta de material, mas ainda assim era uma obra imponente,

O fim do dia chegou rápido. Antes de jantar ainda houve tempo para ir correr um bocado à volta do estaleiro juntamente com o Leo e o Samuel.

Jantei, fui para o quarto, desfiz as malas e adormeci...

Não esquecer o desporto

Base de Vida



Sem comentários:

Enviar um comentário